Em razão do Dia Nacional de Combate à Sífilis, comemorado no terceiro sábado de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem preparou ações educativas e de testagem rápida na sexta-feira (29/10), no Centro de Atenção Especializada Iria Diniz. As pessoas que passarem pelo local poderão fazer o teste rápido e receber aconselhamento por um profissional de enfermagem, antes e depois da testagem, sobre as principais Infecções Sexualmente Transmissíveis - ISts.
De acordo com o Boletim Epidemiológico da doença, divulgado pelo Ministério da Saúde, no ano de 2020, a cada 100 mil habitantes, 54,5 testaram positivo para sífilis adquirida, sendo a maior parte das notificações entre jovens de 20 a 29 anos.
A sífilis, uma IST exclusiva do ser humano, causada pela bactéria treponema pallidum, pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A doença tem cura, se tratada corretamente, mas pode levar a complicações e também a óbito. A principal via de transmissão é a relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, mas ela pode ser transmitida também para a criança durante a gestação ou parto.
De acordo com a médica infectologista, Lívia Rabelo, que atende no Iria Diniz, esse aumento do número de casos de sífilis se deve, principalmente, pelo comportamento das pessoas que se recusam a usar o preservativo. “Fazer o teste nesse caso é muito importante, pois os sintomas da sífilis têm várias fases e cada fase terá a sua apresentação, mas muitas vezes os pacientes ficam assintomáticos ou os sintomas podem levar um tempo para se manifestarem, como um quadro neurológico que pode iniciar vários anos após exposição. Se a pessoa não testa, não tem como frear a transmissão”, explica.
A médica reforça, ainda, que se o paciente tratou a sífilis uma vez, não significa estar imune contra a doença, pois pode contrair novamente. “É fundamental reforçar o uso do preservativo, inclusive no sexo oral, uma forma comum de contágio”, afirma.
Sífilis na gestação
Segundo explica a infectologista, na gestação, dependendo da fase, a sífilis pode estar associada às má-formações congênitas. Em caso positivo na gestante, o bebê precisa ser acompanhado por um infectologista pediátrico para avaliar o desenvolvimento e, logo após o nascimento, receber tratamento e ser acompanhado em quase toda primeira infância.
Sintomas
De acordo com informações da SMS, os sinais e sintomas iniciais podem ser:
- ferida (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparecem entre 10 e 90 dias após o contágio. A lesão é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”. Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
- Acuidade visual;
- Vermelhidão (rash) no corpo inteiro;
- Os sintomas iniciais também podem ser acompanhados de febre baixa, mal-estar e dor de cabeça.
Diagnóstico e tratamento
O teste rápido de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS Contagem, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O tratamento da sífilis é realizado com a penicilina benzatina, antibiótico que está disponível nas Unidades Básicas de Saúde e no CAE Iria Diniz e é extremamente eficiente contra a doença.
